Comissão de Segurança terá sessão durante o recesso para votar apoio a Bolsonaro
Presidente da comissão disse que a sessão vai estar suspensa se houver ato da Mesa da Câmara

Em meio ao recesso “branco”, o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Paulo Bilynskyj (PL-SP), convocou sessão extraordinária para a terça-feira (22) para votar uma moção de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ação ocorre após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formar, nesta sexta-feira (18), maioria para o ex-presidente usar tornozeleira eletrônica.
Regimentalmente, o recesso “branco” ocorre nas duas últimas semanas de julho quando o Congresso Nacional vota a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o que não ocorreu neste ano.
Apesar disso, os parlamentares, em geral, fazem um acordo de manter o período de férias. Deputados e senadores aliados de Bolsonaro pediram hoje para que os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente, declarassem o fim do recesso.
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Os dois presidentes, no entanto, informaram que o período de férias está mantido e que, portanto, as sessões do plenário e das comissões estão suspensas.
Procurado pelo R7, nesta tarde, o presidente da comissão informou que a sua convocação para a sessão só estará suspensa se Motta publicar um ato da Mesa Diretora. “A Câmara não está em recesso”, disse.
“Se o presidente suspender, teremos de suspender. Mas, até agora, não há ato suspendendo”, prosseguiu.
Mais cedo, Bolsonaro foi até a sede da PF (Polícia Federal) instalar o equipamento após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Entenda
Há pouco, a Primeira Turma do STF formou maioria para manter decisão de Moraes que impôs medidas cautelares ao ex-presidente, como tornozeleira eletrônica e proibição de redes sociais.
Após pedido de Moraes, o ministro Cristiano Zanin convocou uma sessão extraordinária virtual da Primeira Turma da Corte para analisar a decisão.
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira (18) dois mandados de busca na residência do ex-presidente.
Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que recebeu com “surpresa e indignação” a imposição de medidas cautelares “severas” contra ele. Segundo os advogados, Bolsonaro sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.
Na decisão, Moraes afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro “confessa, consciente e voluntária”, a prática de atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira ao condicionar o fim do tarifaço de Donald Trump à própria anistia.
“Não há, portanto, qualquer dúvida sobre a materialidade e autoria dos delitos praticados por Jair Bolsonaro, onde pretende, tanto por declarações e publicações, quanto por meio de induzimento, instigação e auxílio - inclusive financeiro a Eduardo Bolsonaro, o espúrio [ilegitimo] término da análise de sua responsabilidade penal, seja por meio de uma inexistente possibilidade de arquivamento sumário, seja pela aprovação de uma inconstitucional anistia”, disse Moraes.
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